top of page
Buscar
Foto do escritorFollow Me

60º abaixo de zero nos EUA. Cadê o aquecimento global?



O que está causando o frio recorde nos EUA é um fenômeno chamado vórtice polar. E ele tem tudo a ver com o aquecimento global.

O vórtice é o nome dado a ventos de altitude que sopram sobre o Ártico e “aprisionam” o frio extremo sobre a região polar no inverno. Esses ventos são mantidos em sua trajetória circular sobre o polo pela chamada corrente de jato, uma espécie de barreira de ventos que sopra sobre o hemisfério Norte em altas latitudes. Um jeito de imaginar a corrente de jato é pensar nela como um imenso rio no céu, muitas vezes mais largo que o Amazonas e também cheio de meandros.


A corrente de jato é muito veloz. Além de fazer os voos entre a América do Sul e a Europa serem mais rápidos do que no sentido oposto, essa velocidade funciona como uma barreira às massas de ar do Ártico. Como essa barreira de ventos é muito variável e cheia de meandros, é normal que no inverno massas frias escapem da zona polar para atitudes mais baixas. É também normal que o vórtice polar se quebre em vários pedaços em alguns anos, empurrando para o sul os meandros da corrente de jato, que ficam mais pronunciados, e produzindo grandes massas de ar frio que invadem a zona continental e causam invernos extremos.




Essas invasões do hemisfério Norte pelo vórtice polar estão ficando mais frequentes. Um número cada vez maior de pesquisas sugere que isso se deve ao aquecimento do Ártico.


A explicação é que a corrente de jato deriva sua força da diferença de temperatura entre o Ártico e as latitudes mais baixas. Como o Ártico vem esquentando duas vezes mais rápido que o resto do planeta no último século, o gelo marinho e a neve da Sibéria vêm recuando e essa diferença de temperatura fica menor. Os ventos ficam mais lentos e os meandros do imenso rio aéreo ficam mais pronunciados.


O resultado é que as massas de ar polar estão dando uma "escapadinha" para a América do Norte, a Europa e a Rússia. O mesmo vale para ondas de calor, que estacionam por mais tempo sobre o continente devido à ausência de uma corrente de jato forte para assegurar o bom trânsito das massas de ar.


Quem olha apenas para o frio acachapante do norte, se esquece dos extremos de calor na outra metade do mundo.


Segundo estudos, a onda de calor está afetando o hemisfério sul, onde as ondas de calor estão elevadíssimas no Brasil, na costa índica da África e na Austrália, as temperaturas neste verão já atingiram 50ºC positivos.





“Em outras palavras, a onda de calor está ligada a uma alteração da circulação atmosférica no hemisfério Sul. Enquanto no hemisfério Norte essa alteração está provocando ondas de frio."

Nos cenários previstos de mudanças climáticas, diz um pesquisador, as ondas de frio se tornarão menos frequentes que as ondas de calor, mas serão mais  intensas. “Ou seja, o que vai prevalecer é o aumento dos extremos climáticos. Na atualidade isso está presente simultaneamente nos dois hemisférios.”

19 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page