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7 temas de desenvolvimento sustentável ocorrendo em 2019

Atualizado: 28 de jul. de 2019





Há 100 anos, 1919 foi um ano marcante: os países assinaram o Tratado de Versalhes para encerrar a Primeira Guerra Mundial, Mahatma Gandhi começou uma resistência não violenta à dominação britânica e o Grand Canyon se tornou um parque nacional.

Um século depois, 2019 dá sinais de ser outro grande ano, sete histórias para acompanhar ainda neste ano quando se pensa no futuro do meio ambiente e do desenvolvimento internacional:


A geopolítica vai impedir a ação climática internacional?

Abalos políticos em vários países importantes tornam o futuro da ação climática internacional incerto. O Brasil deu uma guinada à direita com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, enquanto o México mudou-se para a esquerda com o novo presidente Andres Manuel López Obrador. Olhando para 2019, os eleitores da Índia e da Indonésia vão votar, enquanto a China enfrenta o desafio de uma desaceleração econômica.



Dois momentos chave mostrarão como essas mudanças afetarão a ação climática internacional: na cúpula do clima da ONU, em setembro, os líderes nacionais indicarão que vão se comprometer com compromissos climáticos mais ambiciosos? Eles aumentarão, em outubro, o financiamento para o Fundo Verde para o Clima, que investe em desenvolvimento de baixo carbono e resiliência climática? E as empresas vão deixar os governos para trás com uma ação climática ousada?


A adaptação surgirá como uma grande agenda global?

Os impactos das mudanças climáticas nunca foram tão evidentes e ameaçadores. O número de desastres climáticos extremos, como secas e inundações, dobrou desde a década de 1990. Hoje, cerca de 150 milhões de pessoas a mais estão expostas a riscos de saúde relacionados ao calor do que no ano 2000.



No entanto, há falta de liderança, métricas e financiamento para ajudar as pessoas a se adaptarem a um clima em transformação. "A adaptação tem sido a prima pobre da mitigação".

Isso pode mudar neste ano. O Banco Mundial anunciou que metade de seus investimentos climáticos serão agora direcionados para a adaptação. Uma nova Comissão Global de Adaptação, liderada por Kristalina Georgieva, Ban Ki-moon e Bill Gates, foi lançada em outubro de 2018 e tem como objetivo valorizar a relevância da adaptação para acelerar ações em todo o mundo. A comissão, formada por 17 países, divulgará em setembro um relatório de pesquisa emblemático, que incluirá vários caminhos para desafios específicos da adaptação.


Será que o “fast fashion” vai baixar a velocidade?

Os consumidores estão comprando 60% mais roupas hoje do que em 2000, e um caminhão de lixo de roupas descartadas é queimado ou enviado para um aterro a cada segundo de cada dia. Os impactos sociais e ambientais do “fast fashion” são impossíveis de ignorar. Por exemplo: uma camiseta de algodão exige 2.700 litros de água para ser produzida, quantidade que forneceria água potável para uma pessoa beber por dois anos e meio.



Há sinais muito incipientes de que a indústria está começando a enfrentar esses desafios, como o considerável crescimento na reutilização de roupas e o surgimento de serviços de locação, como a Rent the Runway e a RealReal. Os fabricantes estão experimentando tecidos mais sustentáveis, como couro cultivado em laboratório e fibras à base de frutas. Esses novos modelos de negócio serão uma tendência duradoura ou uma moda passageira?

Ainda neste ano, a Sustainable Apparel Coalition lançará uma plataforma de relatórios na qual as empresas podem compartilhar informações sobre a sustentabilidade de suas operações. A coalizão tem como objetivo fornecer pontuações de desempenho para marcas, produtos e fábricas. Também neste ano, a iniciativa Science-Based Targets divulgará orientações para a sustentabilidade na produção de vestuário e calçados, que podem ajudar as empresas a definir metas de redução de emissões de acordo com a mais recente ciência climática.


As empresas de comodities seguirão seus compromissos de conter o desmatamento?

Apesar dos compromissos de quase 500 empresas multinacionais para reduzirem o desmatamento em suas cadeias de produção até 2020, 2017 teve a segunda maior perda de cobertura florestal desde 2001, depois de 2016 (os números de 2018 não estarão disponíveis até o final deste ano). Commodities como soja, óleo de palma e carne bovina são grandes responsáveis por isso. "Estamos em uma situação de crise e esse também é um problema humanitário". “Mais de 200 defensores do meio ambiente perderam a vida no ano passado”.

As empresas que estabeleceram metas para 2020 vão manter o esforço? E será que mais governos se engajarão e apoiarão esses esforços?

Preste atenção em um roteiro anti-desmatamento da Comissão Europeia: se a Indonésia continuará a desacelerar seu desmatamento; e se o presidente Bolsonaro abrirá a Amazônia para a produção de commodities. Atente para a colaboração público-privada [AF1] na Assembleia da Aliança para Florestas Tropicais em maio e se a crescente atenção à biodiversidade gera alguma pressão.



A iniciativa *Belt and Road* dará suporte ao desenvolvimento de baixo carbono?

A iniciativa Belt and Road, da China, é um importante empreendimento global de desenvolvimento, envolvendo a construção de estradas, portos e outras infraestruturas em mais de 100 países. No entanto, enquanto os líderes chineses defendem a “proteção do meio ambiente” em todos os aspectos do Belt and Road, pesquisas mostram que a maior parte dos investimentos em energia da iniciativa atualmente favorece os combustíveis fósseis em detrimento da energia renovável.

Este ano será fundamental para avaliar se a China está seriamente empenhada em tornar o gigantesco empreendimento ambientalmente mais sustentável. Um grande fórum a ser realizado em 2019 será um bom momento para elaborar diretrizes de sustentabilidade para os projetos da iniciativa. Outros sinais de progresso serão se a China aumentará os investimentos em energia renovável no exterior, como já fez internamente, e se os planos climáticos dos países começam a informar os investimentos do Belt and Road.


Micromobilidade: uma moda ou o futuro?

Trotinetes, Bicicletas e Scooters compartilhadas estão decolando em cidades ao redor do mundo. Um fato: a Bird, empresa de aluguel de scooters elétricas, é a startup que chegou mais rápido na história ao “status de unicórnio”, com uma avaliação de US$ 1 bilhão.

No entanto, essa revolução de micromobilidade compartilhada tem uma desvantagem: algumas trotinetes, bicicletas e scooters são de baixa qualidade, levando a avarias e desperdícios, enquanto outras se acumulam nas calçadas, retirando espaço dos pedestres. Existem também preocupações com a segurança.

Então, as scooters, trotinetes e as bicicletas compartilhadas serão uma moda passageira ou uma tendência que veio para ficar nas paisagens urbanas?

As decisões tomadas este ano podem ajudar a garantir que seja algo consistente. Ford, Uber, Lyft e General Motors já estão entrando na onda da micromobilidade. Outras empresas entrarão? Fique atento a como as cidades vão regular trotinetes, bicicletas e scooters compartilhadas, incluindo assuntos como licenças, preços e segurança. A New Urban Mobility Alliance (NUMO), que será lançada em breve, pode ajudar a dar orientação. A grande questão é se os líderes urbanos e os planejadores colocarão o foco em projetar ruas para favorecer as pessoas e a micromobilidade em vez dos carros.


A ação climática nos EUA vive um ponto de virada?


O governo Trump tentou reverter mais de 70 salvaguardas ambientais. Mas a ação climática dos EUA não está morta. Na verdade, estados, cidades e empresas estão avançando, expandindo metas de energia renovável e a precificação de carbono.

As eleições de meio de mandato de 2018 deram início a um novo grupo de líderes climáticos, incluindo dez novos governadores com planos de energia limpa elaborados e mais membros do Congresso que apoiam a ação climática. O Green New Deal está injetando mais entusiasmo no debate sobre o clima do que nos últimos anos.

Preste atenção às novas iniciativas de precificação de carbono, aos estados que vão se juntar aos 29 que já possuem planos de energia limpa e às abordagens dos estados e empresas para combater as emissões do setor de transportes, o maior emissor do país. O Congresso apoiará a precificação de carbono, lançará um novo acordo de infraestrutura ou proporcionará mais financiamento para tecnologias limpas? E que postura os candidatos presidenciais de 2020 assumirão sobre o clima?

"Ao contrário da última eleição presidencial, quando a mudança climática basicamente não aparecia em lugar nenhum, será que veremos esse tema como algo central?", "Desta vez, acreditamos que é muito provável”.

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